Dragon Ball Super: Crônica, Review e Tributo aos 34 anos de Goku
Difícil acompanhar algo por tanto tempo. Difícil gostar de algo por tanto tempo. Mesmo tendo chegado em terras tupiniquins tão tarde, só em 1996, 10 anos após o seu lançamento nipônico, aquele anime bem humorado e cheio de aventura que contava a história daquela criança com cauda de macaco que rodava o mundo enfrentando os mais perigosos inimigos atrás das lendárias Esferas do Dragão, fez com que as manhãs do Bom Dia & Cia no SBT se tornassem imperdíveis para uma verdadeira multidão de jovens e adolescentes brasileiros.
Dragon Ball e sua maravilhosa dublagem pela extinta Gota Mágica se tornou, para mim, uma obrigação quase religiosa, e aqueles 60 capítulos que pareciam eternos enquanto se repetiam só me deixavam com mais vontade ainda de saber o que diabos iria acontecer depois que o Goku conseguisse subir aquela maldita torre sem fim. Será que Tao Pai Pai voltaria? Seria o pequeno Goku, então, páreo para o terrível assassino que havia acabado de matar a sangue frio o pai do pequeno indiozinho Upa, cena que me fez chorar pela primeira vez ao assistir um anime?
Ninguém sabia o que viria a seguir, pois aquele era o último capítulo do pacote comprado pelo SBT. Ninguém tinha ideia de que o Goku encontraria o Mestre Karin, que beberia a Água da Vida, que conheceria Piccolo Daimaoh, o samurai duro na queda Yajirobe e um novo rival careca, mas dessa vez com três olhos… E mesmo depois que a saga finalmente se completou ao ser exibida no Cartoon Network em 1999 ninguém imaginava que o agora adulto Son Goku chegaria tão longe. Ninguém imaginava que sua força de vontade extrapolaria os limites do universo, quiçá do multiverso.
Teve até Super Saiyajin mulher, com direito a fusões e tudo mais
Sim, isso acabou de acontecer, não existiam mais rivais para os Saiyajins mais poderosos da história, e o jeito foi então, buscar oponentes em outros universos e dimensões: assim foi Dragon Ball Super, a última saga estrelada por Goku, Vegeta e companhia, que se iniciou em 2015 e teve seu término decretado no Japão em Março de 2018, no episódio 131 que, obviamente, todo fã da franquia já deve ter assistido a essa altura do campeonato.
Vegeta amacia a face de Toppo, um dos seres mais poderosos do Universo 11
Dragon Ball Super vinha para preencher um ócio que se estendia desde o final de 1997, quando foi ao ar o último e emocionante episódio da série Dragon Ball GT, que acabou sendo sumariamente excluída por Mestre Toriyama da linha do tempo oficial da franquia. É dolorido, pois mesmo que esta saga não seja considerada oficial, GT possuía muitos adeptos, fãs, personagens inesquecíveis e um final muito bem executado e comovente. Mas Toriyama tinha seus motivos para ignorar a existência de Dragon Ball GT, e assim, Dragon Ball Super veio para continuar os eventos da saga Z, que vinha sendo exibida por aqui desde 1999 em outra enorme cadeia de repetecos com versões reeditadas, resumidas e censuradas.
Mas o fato é que essa nova saga por enquanto acabou. Foram 131 episódios cheios de altos e baixos que podemos dividir, a grosso modo, em 3 partes principais: Saga dos Deuses (que inclui o retorno do Freeza e o torneio do Champa), Saga Goku Black, e Saga do “Torneio dos Deuses” por assim dizer, não consigo pensar em um termo melhor do que esse. Causou emoções variadas, como a dúvida sobre se esse novo anime era realmente necessário devido ao fato de ele deletar a saga GT e seu inesquecível Super Saiyajin 4, a aversão com a qualidade terrível dos traços de muitos episódios na saga Black, a má impressão que o início da saga do torneio dos deuses deixou ao banalizar tanto o poder das três formas básicas de um Super Saiyajin em prol do balanceamento dos personagens clássicos da franquia, o êxtase ao ver Vegetto mais uma vez e Trunks despertando um novo nível de poder para destruir de maneira gloriosa um semi-deus que se julgava imortal e, por final, a alegria, a satisfação e a emoção de assistir a batalha mais aterradora e impressionante que pudemos presenciar em todos os 639 episódios e 19 filmes que a franquia possui, com direito a cenas e parcerias que jamais poderíamos imaginar, contra o mais poderoso dos inimigos, e com a melhor qualidade de animação que a série já teve. Sim, alguns episódios do Torneio dos Deuses possuem a melhor qualidade de animação que Dragon Ball viu em 32 anos de estrada: esses episódios finais foram uma coisa inexplicável, quem não viu, verá!
Dragon Ball Super despertou dúvidas e emoções em fãs de todas as idades, e no seu final espetacular, conseguiu conquistar o coração de todos, mostrando uma evolução tamanha que seguiu de perto as incontáveis superações de seu protagonista, nosso herói quase quarentão Son Goku, ou como diz o Príncipe dos Saiyajins, Vegeta, o imbecil verme insignificante do Kakaroto.
Dragon Ball Super termina me fazendo pensar que eu assisto, gosto e venero Dragon Ball há 22 anos, termina me fazendo pensar que, assim como eu, o herói pode crescer, envelhecer, ter filhos, mas que não necessariamente precisa amadurecer como o de costume. Ele pode continuar sendo, por dentro, aquele garoto em busca de aventuras, de sonhos, e isso é o que esse herói pai de dois filhos nunca deixou de ser nem quando estava defendendo a existência de seu próprio universo.
Este é Goku, meu amigo Goku, e eu só tenho a agradecer por poder tê-lo acompanhado em mais uma aventura em nossas vidas.
No final, não resta dúvidas: Dragon Ball Super era sim totalmente necessário, e qualquer outra saga que venha a seguir também será necessária, pois agora entendo que as aventuras de Goku e seus amigos não podem ter um fim. Este foi o grande erro de Dragon Ball GT: tentar instalar este fim nos corações dos fãs.
Mas ainda resta tempo e vai ser maravilhoso presenciar uma nova saga continuando Dragon Ball Super e resgatando alguns personagens como Uub, Pan e por quê não, Super Saiyajins de nível 4 e Vegita de bigode… Parando pra pensar, cronologicamente nada daquilo aconteceu ainda, e sonhar… sonhar é o que mais dá pra fazer com Dragon Ball.
Valeu Goku, e na próxima, pode contar que eu vou junto, mais uma vez.
Procure essa imagem em alguma página do seu mangá de Dragon Ball Z… Você vai achar =)
Dragon Ball Super
Você assiste na:
ANO: 2015-2018
131 episódios / 5 sagas
O slogan do antigo RetroPlayers ainda vale pra mim: “também to morto mas tô aí!”
E muito bem acompanhado =)
Eu curto muito a última temporada que é bem frenética as lutas tem muita revira voltas entre alguns personagens.
Só quebrapau de primeira!! O começo de cada saga é meio meh mesmo, mas os finais foram sempre ótimos !
boa analise da série.
Que o Retroplayers esteja num bom lugar…
Orran… Que artigo passional incrível! Mano, me fez viajar no tempo. Muito bom
Quer dizer que o Dragon Ball clássico teve exibição incompleta até 1999? Não sabia disso… só me lembro de assistir pela manhã no fim de semana, passava o torneio de artes marciais onde o Mestre Kame usa um disfarce e vence o Goku na final. Eu era pequeno então confundia Dragon Ball com Fly, achava que era o mesmo desenho hahaha.
Pra mim, Dragon Ball vai até a saga dos androides e fim. A saga do Boo já começou a se perder nas apelações e escalas de poder absurdas que, para mim, fizeram as lutas perderem a graça.
Abraço!