– Journey e a Jornada do Sabat –
Quanto tempo faz? É, faz mais ou menos uns 12 ou 13 anos, tudo isso, faz todo esse tempo que a minha jornada começou, mas não vou cometer o clichê de dizer que parece que foi ontem simplesmente porque o que me parece é que faz um tempão mesmo. Quanta alegria, quanta satisfação, quantas amizades, quanta dedicação, quanto material bom nasceu daquele montão de amor envolvido na trajetória do nosso falecido site predileto de velharias Gamers.
Foi uma trajetória muito legal, uma jornada cheia de altos e baixos que finalmente chegou ao seu fim.
Mas eis que todo mundo tá enclausurado em casa com medo de uma maldita gripe assassina made in China, quando a Sony resolve ser boazinha e presenteia esse pessoal dono de PlayStation 4 com um bem-vindo joguinho de graça originário do seu sistema anterior, um tal de Journey. Aí a sua cabeça dá uma travada e você me pergunta: “Sabat, mas Por que diabos você mudou de assunto assim tão bruscamente? Dá Pra explicar?”
Dá sim: acontece que Journey calhou de ser uma metáfora perfeita para algo que eu já estava tentando dizer há algum tempo: o Retroplayers não morreu: ele chegou ao fim da sua longa jornada, cansado, machucado, e quando já quase entregava os pontos e se dava por vencido, viu uma luz e renasceu. Só que agora, mais abrangente, mais experiente, mais sábio, preparado para não cometer os mesmos erros do passado, pra não deixar nada importante passar batido nesta segunda vida, e se você, caro leitor, jogou o brinde sonista da vez e atingiu o seu final, algo que não leva mais do que algumas poucas horas, certamente deve ter lido imaginando o personagem do capuz vermelho nesta mesmíssima situação.
E olha que eu estava querendo jogar Journey desde que ele saiu no PS3 lá para meados de 2012 e por várias vezes eu pensei em comprar o jogo na conta do meu irmão só para poder matar a vontade de desbravar aquele desertão que me parecia tão convidativo. Mas por que pombas num deserto me parecia tão convidativo? Bom, não tenho ideia, mas lembro que não comprei porque eu sabia que pegar aquele videogame emprestado seria uma tarefa bem difícil… E provavelmente eu levaria vários dias para terminar aquela aventura e o dono do aparelho fatalmente o pegaria de volta antes disso… Mas, enfim, só tive que esperar uns 8 anos para finalmente por as mãos nesse jogo e me deparar com as… 2 horas mais agradáveis e desestressantes da semana.
Pois é, eu acho que devo ter levado um pouquinho de tempo a mais do que isso pra finalizar a jornada até aquela montanha distante que esconde os segredos daqueles que parecem ser os ancestrais do personagem do jogo, ou melhor, dos personagens, pois a qualquer momento você pode se deparar com outros carinhas encapuzados compartilhando do mesmo objetivo que você, todos eles, jogadores reais confinados em suas respectivas casas pelo mundo.
Assim é o Multiplayer de Journey, você compartilhando o mesmo espaço com alguém aleatório e que você só vai saber quem é depois que terminar o jogo, algo estranho mas original, e que causa uma sensação peculiar neste período em que estamos propensos a nos comunicarmos apenas pelo meio virtual, quase como uma censura.
E enquanto eu jogava e me maravilhava com a dança flutuante do personagem em meio às várias alusões que os cenários desérticos faziam a ambientes aquáticos, era inevitável, para mim, que eu não fizesse comparações daquilo que eu estava vendo com aquilo que eu estava criando. O personagem começa, descobre o seu potencial, cresce, tenta atingir lugares mais altos, passa por dificuldades mas ultrapassa cada uma delas para poder se deparar com lugares lindos, mas uma hora é obrigado a fazer uma escolha e essa escolha é o que vai definir o seu destino: sucumbir ou seguir em frente?
Sucumbir parece ser tão fácil, tão certo, a gente não vai mais ter trabalho ou obrigações, chega de dor de cabeça, de preocupações, e essa montanha é tão íngreme, tão gelada, tão difícil de subir… Melhor tudo terminar e pronto. Mas não aqui, não em Journey. Não temos esta opção no jogo, temos que continuar subindo, temos que chegar lá em cima da montanha, temos que andar mais um pouco, perseverar mais um pouco.
Essa também foi a minha jornada.
Lá atrás, eu comecei com o Retroplayers, cresci com o site, fiz muitos amigos, ganhei presentes aos montes, reconhecimento, mas a montanha começou a se tornar íngreme eu não soube tomar o melhor caminho para subi-la. E quando eu estava perto de desistir de tudo, de realmente jogar a toalha e colocar um ponto final em tudo aquilo que eu havia construído, algumas pessoas me deram força para continuar, me mostraram que eu tinha tudo para começar de novo, mas desta vez, tomando decisões melhores, focando nas coisas certas e que me fazem feliz.
Essas pessoas foram a luz que fizeram o Blog do RetroSABAT nascer, assim como aqueles caras brancos enormes fizeram o andarilho dançante flutuante renascer ao final da sua jornada para que ele finalmente conseguisse ver o que diabos tinha depois daquela luz.
Sim, a gente termina Journey, vê o pó de pirlimpimpim fazer o caminho de volta por cima daquele mundaréu de areia que a gente teve que atravessar para vencer o jogo, e então, recomeçamos do zero, só que já sabendo tudo que vamos ter que fazer para ter sucesso em uma nova jogatina. O interessante é que eu não morri nenhuma vez para terminar Journey, e talvez nem haja mortes nesse jogo… Provavelmente a gente apenas vê o nosso cachecol diminuir até sumir, o que provavelmente² acaba com a nossa dança saltitante e com a capacidade sônica do personagem. E por mim tudo bem, tá ótimo assim, porque eu também não morri nenhuma vez a frente do Retroplayers e não é pra agora que eu tô planejando isso.
No momento, estou na mesma situação que o personagem encapuzado do jogo: escalar de novo aquela montanha enorme e íngreme que a gente vê lá longe. Certamente ele vai ter alguma companhia em algum momento da nova jornada, e eu espero que na minha nova jornada, eu consiga ter tantas companhias quanto eu tive na jornada anterior.
Assim, espero por vocês!
Fim.
O slogan do antigo RetroPlayers ainda vale pra mim: “também to morto mas tô aí!”
E muito bem acompanhado =)
Aí sim mano!
Boaaaaaa, simbora retornar e badernar! Retro Baderneiros , é nois !
Parabéns pelo esforço gente, bom retorno^^
Grata surpresa em ver no meu feed postagem do Retroplayers. Aí entro e o negócio tá todo reformulado e com uma cara bonita.
As vezes é necessário mesmo ter a coragem pra perceber que certas coisas chegaram ao seu fim e partir pra novas aventuras em novos mundos. O desapego muitas vezes é difícil, mas necessário pra que se explore novas possibilidades. No mais bom retorno, espero estar aqui ainda lendo suas criticas, resenhas e etc pelos próximos 12 anos.
Ficou show de bola Sabat o site kra curti pra caramba essa reformulação que você fez por aqui e que belo post esse viu.
CARAMBA ROCK, TU ME ACHOU KKKKKKKKKKKKKKKKKK É isso aí cara, BadernaGeek na área, é a evolução do RetroPLayers!! Fica ligado aí que logo é a inauguração oficial!!!
Que texto!! Tava sentindo falta 🙂
Me fez voltar à época quando joguei Journey no meu saudoso PS3 (RIP no céu dos videogames meu amigo).
E o BADERNAGEEK tá bonito! Com ctz nessa nova escalada vai trazer bem mais companhias.
PS: No que precisar, tamo aqui 🙂
Pera, pera, pera que o retardatário chegou aqui procurando o Retroplayers e encontrei o Badernageek! Quase achei que tava numa dimensão paralela hahaha.
Tudo de bom pra você nesse novo projeto, Sabat. Da minha parte, continuarei prestigiando seu trabalho, sejam textos, podcasts ou vídeos.
Abraço!
OBS: Só deu um “aperto no coração” não encontrar tanta matéria boa do Retroplayers disponível.